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segunda-feira, 30 de maio de 2011

As vezes me coloco a pensar em muitas coisas da minha vida. Em tudo que se passou, das oportunidades que deixei passar, várias coisas que tive vontade de fazer, e não fiz pra agradar as pessoas ao meu lado. Tudo que realmente quis dizer, mas por medo não disse. Acho que um pouco dos meus problemas e da minha insegurança se deve a isso. Sempre quis agradar aos outros e nunca a mim mesma. Sempre tirava nota alta, pra agradar meus pais, e nunca porque gostava de estudar. Tudo que fiz em minha vida foi para os outros. Penso que se eu não tivesse casado tão cedo, talvez minha vida fosse diferente, eu tivesse me formado, tivesse um emprego bem estabelecido e uma meta de vida, bem diferente da que tenho agora. já estou cansada de ficar em casa, cuidando de tudo, quero trabalhar, ser útil a alguém. Quero que reconheçam que sou capaz e eficiente. Mas agora, que o tempo passou, acho isso um pouco difícil. Não que a vida de casada seja ruim, mas hoje, depois de tanto tempo, vejo que abri mão de muitas coisas, primeiro por meu filho, depois por meu marido, que amo muito. Espero que este sentimento passe nesta longa noite de sono.

domingo, 29 de maio de 2011

Minha mãe faleceu fazem dois anos, não éramos muito próximas, pois casei muito cedo, e ela não gostava de me perguntar nada sobre a minha vida de casada, dizia que não queria se meter. Sinto muita falta dela, porém nunca paramos para conversar, trocar idéias, era tudo muito formal. Sinto que não tenho ninguém para contar, para conversar e expor os sentimentos. Vivo num mundo, onde as pessoas me vêem, como  eu quero que elas me vejam, como se eu vivesse um teatro, onde a personagem é feliz. Vivo rodeada de pessoas, mas ao mesmo tempo sozinha, sem ninguém.
Gostaria de poder expressar o que sinto verdadeiramente, sem falsidade. Meu marido é ótimo pra mim, mesmo não sabendo o que realmente acontece no meu interior, ele me apóia e sempre percebe que existe algo errado, pergunta o que aconteceu, se eu quero ajuda pra algo, mesmo sem saber de nada. Na realidade, tenho vergonha de dizer o que acontece comigo, que sou uma louca incontrolável, que abusa de métodos infames para emagrecer, ou o pior, que gosto destes métodos, que sem eles não sei viver. Posso estar errada, mas o meu desejo de ser magra é tão grande, que não poupo sacrifícios para isso, mesmo fazendo mal a minha saúde. É melhor morrer magra do que viver gorda eternamente.
 Não tenho mais vontade nenhuma de sair, pois minhas calças estão todas apertadas, minhas blusas marcam as infinitas banhas da minha barriga, como vou me sentir bem assim? Não dá, sinto muito para quem lê e me acha exagerada, mas é só vivendo pra saber. Sei que muitos podem me achar uma burra por pensar assim, mas sou deste jeito e não vou conseguir mudar nunca.
Estou deprimida e com a sensação que sou um fracasso, que deveria ficar sozinha .Talvez se eu fosse magra tudo seria melhor em minha vida, gostaria  mais de mim. Parece que estou condenada a viver nesta vida medíocre, com mãos e pés atados, vendo o tempo passar e esse nó na garganta só aumentando, me sufocando. Gostaria de realmente me descobrir, saber qual é realmente o meu caminho, e é claro, que me leve a perfeição    " ser magra". Não entendo como não consigo me controlar, e isso é muito doloroso para mim. Ver todas minhas "amigas" magras e eu, uma baleia que não para de comer. Choro, Choro, Choro. Assim é minha vida depois das compulsões.

sábado, 28 de maio de 2011

Decepção

Ontem até a hora que escrevi no blog, estava muito feliz, mas como alegria de pobre dura pouco, tive uma compulsão violenta a noite. Comi como se o mundo fosse acabar e depois me entupi de laxante, espero que resolva alguma coisa. Estou meio deprimida, quero mudar minha vida, trabalhar, estudar, mas nada consigo. Trabalho não rola, por causa da minha aparência, estudo, vou ter que procurar um curso novo, pois já fiz vários.
Meu estômago está me matando de dor, e o pior: não é de fome, porque esta dor é ótima pra quem quer emagrecer como eu, deve ser os laxantes que tomei, tinha tomado alguns pela manhã e a noite já foram outros, realmente deve ser isso.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Hoje não tive a maldita compulsão,estou mais calma, pois sei que os laxantes que tomei vão esvaziar meu estômago. Não comi quase nada, estou feliz por ter conseguido, tudo bem que minha cabeça não ajudou muito, mas para me distrair, comecei a ler os blogs pró ana/mia, que me incentivaram nessa luta constante contra o meu peso. Sei que nunca conseguirei ser uma delas, mas a força de vontade que elas tem, me estimula a pelo menos controlar minha compulsão. Meu marido vai me dar um simulador de caminhadas, para me ajudar a emagrecer. Ele diz que com este simulador eu posso fazer bastante exercícios e tirar a comida da minha cabeça. E eu acho que pode dar certo, pois com meus afazeres diários, exercícios e a leitura de blogs , não vou ter muito tempo livre. Isso é tudo de bom, como estou bem hoje. Espero que dê certo.
Por hoje é só o que tenho pra contar. Muitos beijos pra quem lê meus desabafos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sabia que minha felicidade não iria durar muito, tive outra crise e comi muito, cheguei até a me sentir empanturrada, só os meus laxantes podem me salvar. Tomei mais de um litro do meu chá e mais seis comprimidos. Minha culpa voltou, tenho nojo de mim, por ser assim e não conseguir me controlar. Várias vezes penso em me matar, a vida não tem sentido. E não adianta ler isto e ficar me criticando, só quem tem este problema sabe como é. Meu mundo desaba em minha cabeça, tenho tanta vergonha, que não consigo nem olhar pro meu marido. Tento ao máximo disfarçar, a psicoterapia não está resolvendo nada, mas não quero decepcioná-lo. Quero que ele ache que está tudo bem de novo. Talvez seja porque faz pouco tempo que estou fazendo, não vou desistir, mas espero que isso funcione logo ou meu estomago não vai aguentar tanta dor.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Estou bem, pois não tive compulsão hoje, gostaria que sempre fosse assim. Quando isso ocorre, fico muito entusiasmada, até ao mercado fui, coisa que não faço a tempos, tenho vergonha, sou gorda, sem controle de mim mesma. Não mando em minha cabeça, é ela que me comanda, meus pensamentos são guiados pela maldita comida. Mas pra variar tomei meu chá laxativo, sei que vou sofrer, pois não comi quase nada, então meu estômago vai doer muito, mas não tem problema, eu prefiro assim, cansei de ser gorda e vou emagrecer a qualquer custo.
Mais um dia que estou sem compulsão, mas minha mente não vai bem. Tenho vontade de morrer, me sinto horrível, e não vejo motivos para continuar viva. Me matar não vou, seria muito desgosto para todos que me querem bem. Não consigo entender porque não paro de pensar em comida, isso me deixa muito mal. Já fiz vários cursos, me entreti com várias coisas, mas de nada adiantou. Sempre que termino a missão, meu pensamento volta na maldita comida. Tem dias, como o de hoje, que eu consigo me controlar e não coloco nada na boca, a não ser o essencial, mas tem dias que como o que tiver e misturo tudo sem pensar.
Tudo isso começou a uns 10 anos mais ou menos, quando eu entrei em depressão, tudo na minha vida parecia errado e infeliz. Então fui suprindo minhas tristezas na comida, no começo isso não era prioritário, mas com o tempo se tornou insustentável, já não havia mais razão e prazer na vida se não pela comida. E a cada dia fico pior, pois me sinto infeliz por ser gorda, mas ao mesmo tempo não consigo parar de comer, estou fazendo tratamento a uns cinco meses mas não vejo resultado. A única diferença, é que com a medicação e a terapia, consigo me manter longe da comida por até três dias, mas depois, tudo volta ao normal e não consigo parar de comer. Depois a culpa toma minha mente e choro sem parar.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Bom dia

Hoje depois de vários dias estou me sentindo bem, a compulsão não tomou conta de mim, mas é apenas de manhã, à tarde já não sei. Tudo pode mudar. Pela primeira vez em quinze dias, levanto e não como tudo que vejo em minha frente. Mas o hábito dos laxantes continua, desse não consigo me livrar. Parece que falta algo em minha vida se não os tomo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hoje me vejo com muitos problemas, me trato da compulsão, mas os remédios não resolvem e com isso não paro de engordar. Me sinto horrível e sei que a cada dia vai piorar, mas o médico disse que realmente não tem mais nada a fazer. Sempre estou triste, já nem saio de casa de vergonha. Sei que até minhas amigas me abandonaram por minha aparência. Por isso estou escrevendo, pra ver se assim melhoro, pelo menos meu humor, trocando experiências com pessoas que tem ou já tiveram o mesmo problema que eu ou parecido.
Com 15 anos me casei, óbvio que era porque estava grávida. Meu pai era muito rígido e não admitia ter uma filha mãe solteira, mesmo que o pai do meu filho estivesse por perto. Quando tive meu filho, hoje ele tem 14 anos, amei fiquei magérrima, nossa eu estava no céu, todos até me perguntavam se eu estava doente, de tão magra que fiquei. Mas também na mesma época minha mãe adoeceu, ficou internada vários meses, foi uma barra, mas valeu pelo menos pra me deixar magra.  Eu estava a cada dia mais orgulhosa de conseguir ficar tão bem, pois era meu sonho desde criança, até que descobri uma traição e todo meu sacrifício foi por água a baixo, entrei em depressão e com uma compulsão avassaladora por comida dos meus 48 kg fui direto pros 82kg, e a partir daí nunca mais fui a mesma.

domingo, 22 de maio de 2011

Com 12 anos conheci meu marido, começamos a namorar e minha sensação de fracasso passou. Minha vida estava maravilhosa, parecia que tinha passado por toda aquela humilhação pra mais tarde dar o troco. E muitas meninas que me oprimiam, passaram a ter pelo menos respeito por mim. Sei também que algumas chegavam a ter inveja, pois eram apenas ficantes e eu, "logo eu" tinha um namorado sério, fixo. Essa foi a melhor parte da minha vida. :) :) :)

Minha história

Desde os meus 10 anos tive minha auto estima baixa. Sempre fui gordinha, mas enquanto era pequena, tudo tava lindinho, alegre, todo mundo me adorava. Mas quando fiquei maior tudo mudou. Na escola eu era sempre a excluida de tudo. E além disso, meu pai sempre me dava coisas de garotos (tenis, blusa, calça de moleton,etc). Me sentia mal com meus colegas tirando sarro de mim, várias vezes matava aula pra não passar por tudo de novo. Todo dia era a mesma coisa, gozações, brincadeiras que só me faziam sofrer. Tinha algumas amigas, mas eram poucas, mas para compensar eu era a melhor aluna da turma, tirava dez em tudo, trabalho, prova. Todos os professores me adoravam, me elogiavam, me escolhiam pra fazer tudo que é coisa na escola.